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"Vários oficiais" detidos. Forças Armadas denunciam alegada tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau
A horas do início da campanha para as Eleições Gerais na Guiné-Bissau, o Estado-Maior General das Forças Armadas anunciou que evitou uma alegada tentativa de golpe de Estado, com a detenção de vários oficiais superiores.
O objetivo seria interromper o processo eleitoral, segundo o vice-chefe do Estado Maior. O general Mamadu Turé não especificou o número de oficiais detidos, nem as ações preparadas por estes militares.
A comunicação social avança, contudo, que entre os detidos está Daba Na Walna, chefe da escola militar de Cumeré, no norte do país – detido desde quarta-feira à noite, “devido ao seu envolvimento no golpe”.“Fez uma requisição de armas, viaturas e coletes antibala. Disse que era para dar aos formandos na Escola Militar de Cumeré, afinal era para fazer golpe de Estado”, declarou o vice-chefe das Forças Armadas guineenses, numa conferência de imprensa no Quartel-General em Bissau, transmitida em direto nas redes sociais.
"Nunca permitiremos que ninguém perturbe o processo eleitoral. Se houver envolvimento de civis, estes também serão detidos", acrescentou Mamadu Turé.Numa outra comunicação também nas redes sociais, o general Fernando da Silva, chefe da divisão de quadros e pessoal das Forças Armadas guineenses, leu um comunicado, em português, no qual denunciou “mais uma tentativa de subversão da ordem constitucional” na Guiné-Bissau “que se prepara para a realização de eleições gerais, que terão lugar no dia 23 de novembro”.
“Este triste episódio que conta com o envolvimento de alguns generais e oficiais superiores das nossas Forças Armadas põe em causa a paz e estabilidade tão almejadas para o desenvolvimento socioeconómico e atração de investimentos externos”, referiu o general Fernando da Silva.
O general disse ainda estar em curso um processo de inquérito, conduzido pelo Estado-Maior General das Forças Armadas, para o apuramento de todos os envolvidos que, afirmou, serão conduzidos à justiça.
A campanha para as eleições presidenciais e legislativas de 23 de novembro na Guiné-Bissau deve começar este sábado e prevê-se que dure as próximas três semanas.
A estabilidade política é um dos principais desafios desta votação na Guiné-Bissau, país que já sofreu quatro golpes de Estado desde que se tornou independente, 17 tentativas de golpe e uma série de mudanças de Governo.
c/ agências